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Projecto "Rios de Portugal - uma descoberta em caiaque"

Foto do escritor: Carlos Almeida CarneiroCarlos Almeida Carneiro

Atualizado: 16 de fev. de 2023

Este projecto começou em pleno isolamento do Covid, espremido e neurótico numa varanda de Lisboa.


A vizinha do lado fazia maratonas na marquise e eu matutava nos quinze dias em que finalmente ia percorrer a N2. Naquele momento, a mítica estrada que une Chaves a Faro era igual a todas do país - deserta, despovoada, trancada e eu, lá chegando, um intruso.


Ainda assim insistia nesta ideia absurda de me lançar numa viagem a ver o mundo pela janela sem lhe sequer poder tocar, como esses Domingos à tarde, no VW Brasilia do meu pai, a percorrer a marginal de Cascais mergulhados numa nuvem de SG Gigante, Songs of Leonard Cohen, sono e ansiedade em chegar a casa. Um passeio dos tristes, mas de 15 dias.


Vá-se lá entender as narrativas da memória mas da marginal saltei para um Optimist o pequeno barco em que, na adolescência, aprendi a velejar no Tejo aos fins-de-semana.

Naquela enorme massa de água imaginava vezes sem fim em como seria o caminho misterioso deste rio, que dali, onde eu flutuava até à nascente em Espanha se estendia por mil quilómetros.


E assim, do alto daquela gloriosa varanda, tive a epifania de desvendar nesse mistério, em parte, e descer os 250km do Tejo português . A viagem que encaixava como uma luva naquele confinamento: o isolamento era garantido e podia atravessar regiões clandestino.


Comprei o material mais barato na Decathlon e lancei-me para 15 dias de aventura. O êxtase foi tal que se prolonga até hoje, quer nas descidas no Tejo que ainda organizo, quer neste projecto que aqui inicia.


Bem-vindos!








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