Neste dia vamo-nos afastando do centro histórico rumo aos limites a norte da cidade numa jornada de 13 km a pé e 20 km de transportes públicos que nos leva do centro histórico e monumental rumo à margem mais esquecida. 

Atravessamos o Parque de Monsanto, percorremos o maior Bairro Social do país - Bairro Padre Cruz - famoso pela sua arte urbana, almoçamos na horta de uma família num bairro ilegal do anos setenta e terminamos em beleza com um trekking suburbano entre matas, bairros, hortas e muros fiscais, até desembocarmos no Sr. Roubado.

Esta é também uma viagem ao século XX e a uma fronteira delineada burocraticamente, que trancou a cidade ao exterior com uma barreira fiscal de 25 portas. Caiu a barreira e ficou a fronteira, uma linha que marcaria profundamente o crescimento da cidade e a separação entre o subúrbio de hortas saloias e ocupações ilegais e a “Capital do Império” planeada nos gabinetes do Estado Novo.   

No final do longo dia, com as pernas cansadas e os sentidos alerta, Lisboa terá ganho um novo sentido e uma nova lógica, em  toda a sua dimensão global e orgânica. É essa a principal missão do nosso dia.